Desde pequenas, sonhamos com príncipes, princesas e castelos, como nos desenhos da Disney. Cinderela, Branca de Neve, Aurora, Ariel, Bela, Jasmine, entre tantas outras. Colocaram em nossas mentes que o príncipe sempre viria para socorrer sua linda princesa e, no final, surgiria o "felizes para sempre".
Tudo se resolveria, e a felicidade viria com o príncipe, como se a nossa felicidade fosse um objeto carregado na mala de um homem qualquer. A verdade é que o príncipe pode até aparecer, mas ele pode trazer consigo tanto felicidade quanto infelicidade, traumas, dor. A felicidade não está garantida com ele. Nossa felicidade deve ser construída em nossa própria vida, com ou sem homem, com ou sem o "felizes para sempre".
Como se pode prometer felicidade para sempre, se a finitude de nossa existência é certa? Nascemos com uma única certeza: a morte.
A maioria de nós quer um príncipe, uma pessoa que cuide de nós e com quem possamos ser nossa versão mais verdadeira. E, talvez, realmente exista esse príncipe nos filmes, nos livros, na magia da ficção alimentada pelas mentes de mulheres.
Mas o príncipe nunca vem para nos salvar dos nossos problemas ou dores. Não há nenhum príncipe que irá nos socorrer. Quando crescemos, percebemos que isso nunca passou de um imaginário, de uma ilusão.
E é nessa lacuna dos nossos desejos que entra o patriarcado. "Você só vai conseguir isso casada." "Te falta um homem na sua vida." "Já tem namorado?" "Vai ficar solteira assim? Nenhum homem vai te querer desse jeito." "Você precisa se cuidar. Nenhum homem vai querer você com esse corpo." A validação só viria de um homem. Como se fossemos uma sombra atrás daquele poderoso ser.
Mas, como bem nos ensina Anne With An E: “Mulheres têm valor sozinhas, não só associadas a um homem. Todas nós temos direito de autonomia física e de sermos tratadas com respeito e dignidade, de dizer não e sermos atendidas em vez de coagidas, ridicularizadas e de ouvirmos que um homem sabe mais sobre nossos direitos e desejos do que nós. Mulheres não se tornam completas com um homem, mulheres são completas desde que chegam ao mundo!”
Essas palavras ecoam como um lembrete de que a verdadeira força da mulher não está em ser salva, mas em ser autossuficiente, independente e dona de sua própria narrativa. Somos completas, não por alguém que nos acompanha, mas pela nossa própria capacidade de ser, de viver e de buscar nossa felicidade de forma autêntica. O "felizes para sempre" não está no final de um conto de fadas, mas na jornada de nos conhecermos e nos reconhecermos, com ou sem príncipe, com ou sem "final feliz" das pelo desenhos.
Somos mais do que os papéis que tentam nos atribuir. Somos histórias que merecem ser vividas por nós mesmas, e a nossa felicidade deve ser escrita com nossas próprias mãos, livres de qualquer expectativa imposta.
Você pode ser feliz casada, com filhos, solteira, sem filhos, solteira com filhos, casada sem filhos. Você pode ser feliz sendo hétero ou não, sendo advogada, juíza, policial, professora, psicóloga, pediatra, vendedora, empresária, ou em qualquer outra profissão. Sua felicidade não precisa de um molde, nem de um "felizes para sempre" imposto por uma sociedade patriarcal.
Não precisamos de um príncipe ou de uma validação externa para ser completas. Somos inteiras por nós mesmas.
E, no fim das contas, o "felizes para sempre" que tanto procuramos está em sermos livres, em estarmos em paz conosco, em nos reconhecermos como seres plenos, capazes de criar a nossa própria felicidade, sem a necessidade de alguém vir nos salvar. Porque a verdadeira magia acontece quando entendemos que somos o próprio conto de fadas, e o "felizes para sempre" já começa no momento em que decidimos ser, simplesmente, quem somos.
E só e unicamente MULHERES!
sensacional!!
brigadaaaa<33