Autocuidado Masculino: Uma Necessidade, Não uma Vaidade

A importância de desconstruir a ideia de que homens não podem cuidar de si mesmos fisicamente e emocionalmente.

Quando se fala em autocuidado e skincare, cria-se um certo tabu ao relacionar esse assunto ao cuidado masculino. A maior parte das práticas de skincare e autocuidado, seja para o rosto ou corpo, ainda é vista como algo relacionado à sexualidade do homem, como se qualquer tipo de cuidado que ele faça fosse uma decisão influenciada por terceiros ou estivesse ligado à necessidade de agradar alguém. Isso gera chacotas e estigmatiza a ideia de que o autocuidado masculino deve ser justificado por motivos externos, como aparência ou aceitação social, ao invés de ser visto como uma escolha legítima para a saúde mental, bem-estar e satisfação pessoal.

Desde quando decidimos que o autocuidado entre os homens é algo banal? Todos nós deveríamos ter uma rotina de autocuidado e skincare! Afinal, homens também são seres humanos que, às vezes, necessitam de um creme, sérum, protetor solar, entre outros cuidados.

O skincare, em sua maioria, já vem com o estereótipo de ser algo voltado para um tipo específico de mulher, como a “clean girl”. Não estou querendo diminuir ou difamar esse estilo, mas como podemos falar sobre diferentes tipos de cuidados pessoais se, na sociedade, isso é visto como algo restrito à parcela feminina? Vemos homens e mais homens dizendo que, se um homem cuidar da pele, do corpo ou até mesmo se depilar, isso implica em sua sexualidade. Quantos comentários você já ouviu, como: "Você viu o ciclano? Depilou as pernas, certeza que é gay!"?

Desde pequenos, os homens são implicados e condicionados a acreditar que não podem chorar, demonstrar sentimentos ou cuidar de si mesmos. Eles devem ser frios, como robôs, afinal, mostrar qualquer tipo de emoção é visto como sinal de fraqueza. Essa ideia de que os homens precisam ser duros e reprimir seus sentimentos está profundamente enraizada na sociedade, criando uma pressão constante para que se ajustem a um padrão rígido de comportamento.

Vivemos em uma sociedade onde a ideia de que os homens não podem cuidar de si mesmos, de forma física ou emocional, ainda é muito forte. Mas o autocuidado não é um ato de vaidade ou de busca por aceitação, é sobre se respeitar, se cuidar e garantir que, emocional e fisicamente, você esteja bem. Cuidar de si mesmo é um direito de todos, e isso inclui os homens, sem nenhuma vergonha ou estigma.

Isso implica também na saúde mental. O famoso “quem faz terapia é maluco” é um estigma como se todos nós não tivéssemos questões a tratar, seja traumas, questões pessoais, familiares ou de vida social. Na verdade, todos nós precisamos de terapia ou de um psicólogo, algo que nos ajude a se orientar ou ofereça uma segunda visão sobre nós mesmos e nossas questões pessoais.

Cuidar de si mesmo, seja com a pele, o corpo ou a mente, não é sobre agradar os outros ou seguir padrões impostos, mas sim sobre se respeitar e garantir que você está bem, fisicamente e emocionalmente. Todos têm o direito de se sentir bem consigo mesmos, sem medo de julgamentos. Quando um homem decide se cuidar, não é um sinal de fraqueza, mas de que ele reconhece a importância de estar bem consigo mesmo.

E quando falamos de saúde mental, buscar ajuda, seja por meio de terapia ou outros meios, não significa estar “quebrado”. Todos nós passamos por dificuldades e, muitas vezes, uma orientação externa pode nos ajudar a entender melhor a nós mesmos e a lidar com os desafios da vida.

É hora de deixar para trás os estereótipos e entender que o autocuidado é para todos. Não importa o que a sociedade diga, cuidar de si é um direito e todos merecemos viver bem, sem vergonha ou restrições.

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